As crianças estão inseridas na sociedade e são diretamente afetadas por ela. Por que, então, defende-se tanto que elas sejam apartadas de discussões importantes sobre convívio e direitos humanos? Geralmente isso vem ligado à ideia de “proteger as crianças”. Mas como se protege uma criança? Aliás, quais crianças estamos nos preocupando em proteger? De que maneira?

Temas relativos a identidade, gênero, raça, morte, separação, diferenças, despertam reações muito negativas da parte de adultos quando tratados com crianças. É como se estivéssemos profanando uma certa sacralidade da infância. Com isso, nega-se que a criança pode ser alguém que tem desejos, questões subjetivas, perspectivas próprias e que é capaz, portanto, de ser um sujeito agente no mundo. Esteriliza-se a infância em prol de um ideal que não corresponde à realidade e que acaba por produzir pessoas incapazes de lidar com a diferença e questionar o mundo à sua volta.  

No 3° episódio de “Pod ou Não Pod?”, Gabi, Lucas, Nath, Vini Medeiros e Vini Précoma debatem o maior tabu de todos: a criança é um ser desejante em construção.